exposições
linha d’água
25 de outubro a 20 de dezembro de 2025
Maria Villares e Coca Rodriguez Coelho
A exposição reúne as artistas Maria Villares e Coca Rodriguez Coelho em torno do tema da Água, com o qual ambas vem trabalhando de forma independente há pelo menos duas décadas.
Na exposição estão presentes cerca de 40 aquarelas de médias e grandes dimensões, livros de artista e objetos como a obra “Visibilidade da Ausência” (Acrílico, água e vaselina, 2000), de Maria Villares e “Linha d’água” (madeira, vidro e água, 2001/2025), de Coca Rodriguez.
A curadoria é de Ernesto Bonato.
A exposição acontece no Espaço Nexus entre 25 de outubro e 20 de dezembro.
No dia 8 de novembro, às 15h haverá uma conversa com as artistas e o curador no espaço.
No dia 26 de novembro ocorrerá uma oficina de aquarela para crianças, às 14h30.
Todas as atividades são gratuitas.
Ficha técnica Video
Direção, fotografia e montagem: Matheus Parizi
Elenco: Maria Villares, Coca Rodriguez Coelho
Duração: 7m 49s
Apresentação do curador
Ernesto Bonato
“Que era, então, a vida? ... Era uma febre da matéria... Não era nem matéria nem espírito. Era qualquer coisa entre os dois, um fenômeno sustentado pela matéria, tal e qual o arco-íris sobre a queda d’água, e igual à chama. Mas, se bem que não fosse material, era sensual até a volúpia e até o asco”.
Thomas Mann, Montanha Mágica, 1924
A água, que tem implicações profundas na vida orgânica, em nosso próprio corpo, quase todo aquoso, conecta citoplasma e oceanos, em uma transmissão contínua e circular. Percorrendo caminhos fractais de um rendilhado quase infinito, toda água retorna, afinal, ao grande mar. É também por ela e através dela, que nos conectamos ao cosmos planetário, fazendo parte da mesma seiva vital que embebe o mundo. Nela, carregamos informação e memória de eras inimagináveis e com ela, ressoamos, como a superfície de um lago, o som da existência. Nela, mergulhamos nas zonas escuras e frias do nosso ser, como Osíris, Jonas e Gilgamesh e voltamos à tona luminosa, transformados. Em muitas tradições as águas aparecem nos mitos de criação da humanidade e as profundezas são descritas como um lugar de riquezas inimagináveis e onde o tempo é suspenso e vivem seres imortais. Comumente é um lugar de esquecimento e de dormência, mas também de força descomunal, o abismo primordial onde o caos se manifesta como potencialidade criativa. Em algumas correntes da psicanálise, como em Freud e Jung, a água foi relacionada ao inconsciente e às emoções. A água aparece ainda como elemento purificador, renovador e de renascimento em inúmeros ritos de imersão e banhos como o batismo na tradição cristã. Nas tradições semíticas, saxônica, hindu, xintoísta, sufi, ianomâmi e em muitas outras, a neblina, o nevoeiro, as nuvens, adquirem ora o significado de confusão, descaminho e ilusão, ora o de morada do divino, portal para o mundo espiritual e de acesso aos antepassados e ainda como símbolo do estado meditativo e de abandono do controle do ego. Grandes rios como o Ganges, o Nilo, Negro, são sagrados para os diversos povos que habitam as suas margens há milênios, conectando-os aos seus mitos de criação, de vida, morte e purificação. No entanto, a água como elemento simbólico, sagrado e mítico transforma-se, nas sociedades modernas industrializadas em mera substância utilitária, num elemento químico inerte e passivo, a ser canalizado, medido e consumido como mercadoria, e meio para descarte de resíduos, daquilo que não serve mais na lógica do consumo. Numa sociedade em que a cultura se desenvolve cada vez mais no ambiente artificial e ajustada a dinâmica do consumo e do descarte, algumas manifestações artísticas ainda persistem como possibilidade de evocação, de reconexão, de recuperação de sentido. Daí a relevância dessa exposição e da pesquisa dessas duas artistas sensíveis aos desígnios da água, aos seus movimentos, memória e força vital. Mais do que abordar a água como tema, elas comungam em seus modos de pensar e agir, com as qualidades mesmas da água. De todas elas, talvez a mais notável, seja a capacidade de se colocarem nessa linha tênue e transitória, sempre móvel e fluida, entre a superfície e o mergulho, essa ‘Linha d’água’ de onde é possível presenciar dois mundos que se tocam, mas nunca se misturam, protegidos por essa película invisível definida pelas densidades. Isso exige um contínuo mergulhar e vir à tona e, muitas vezes, manter-se no limiar ente dois mundos, estando nos dois e ao mesmo tempo em nenhum deles. Como nas embarcações, essa linha d’água varia em função do peso que se carrega, da densidade por onde se move, da velocidade que se aplica ao movimento. Há uma interação sensível e sutil entre o dentro e o fora. Tudo depende dessa inter-relação. Ela define o limite desses mundos. Nesse momento, o artista se descobre como elemento de ligação transversal, uma ponte entre mundos, alguém para quem mergulhar e vir à tona são dois lados de um mesmo espelho.
Ernesto Bonato
Setembro 2025
SERVIÇO RÁPIDO
Exposição coletiva “Linha d’Água”
Artistas: Maria Villares e Coca Rodriguez Coelho
Curador: Ernesto Bonato
Produção: Andrea Angulo
Abertura: 25 de outubro das 14h às 18h
Visitação de terça a sábado, às 10h às 18h. Até 20 de dezembro
Conversa com artistas: dia 08/11 às 15h
Oficina de aquarela para crianças: dia 26/11 às 14h30
Quanto: gratuito
Local: Espaço Nexus
Rua Com. Elias Zarzur, 2254
Alto da Boa Vista - São Paulo - SP - 04736-003
Tel: 11 5541-7630
Redes sociais:
Coca Rodriguez @cocarodriguezcoelho_
Maria Villares @villaresmaria
Ernesto Bonato @bonatoernesto
correspondência 3
15 de março a 26 de abril de 2025
As peles de Arcimboldo – a lente da colagem
Vídeo ‘As peles de Arcimboldo – a lente da colagem’, concebido por Ernesto Bonato e dirigido por Matheus Parizi. Trilha sonora original de João Lima. Este vídeo integra a exposição Correspondência 3, levando em conta a ideia de ‘colagem’ como princípio organizador e articulador do pensamento contemporâneo e foi filmado na cidade de São Paulo, em fevereiro de 2025, nos ateliês dos artistas Ulysses Bôscolo de Paula, Maria Villares Márcio, Perigo, Mario Fiore e no Espaço Nexus.
Duração: 28min 07s.
Apresentação musical do artista visual, compositor e instrumentista João Lima
Conversa com os artistas expositores e com o curador da mostra Correspondência 3
Apresentação musical de João Lima abrindo a conversa com os artistas na exposição Correspondência 3
No dia 5 de abril, sábado, às 15h, o Espaço Nexus realizou para uma roda de conversa, os artistas e o curador da mostra ‘Correspondência 3’, em exibição até o dia 26 de abril. Antes da conversa, o também artista visual e compositor, João Lima, autor das músicas presentes no vídeo ‘As peles de Arcimboldo’, exibido na exposição e dirigido por Matheus Parizi, apresentou ao público três de suas peças para violão. No encontro, o curador conversou com os artistas sobre as questões que permeiam a exposição, como o pensar visual, o princípio da colagem no mundo contemporâneo e as relações entre as obras expostas.
Registro da conversa com os artistas da exposição Correspondência 3
correspondência 3 faz parte de correspondências
Ciclo de três exposições coletivas que ocorrerão de agosto de 2024 a abril de 2025, com os artistas convidados Ernesto Bonato, Feres Khouri, Margot Delgado, Kika Levy, Arnaldo Battaglini, Salete Mulin, Marcio Périgo, Mario Fiore, Ulysses Bôscolo de Paula em diálogo com a obra da artista Maria Villares.
Ficha técnica Teaser
Direção, fotografia e montagem: Matheus Parizi
Elenco: Ernesto Bonato, Marcio Périgo, Maria Villares, Mario Fiore, Ulysses Bôscolo de Paula.
Poema: A Suma – ‘Os Conjurados’, de Jorge Luis Borges, 1985.
Colagem (para Giuseppe Arcimboldo)
Ernesto Bonato
A suma
Ante a cal de uma parede que nada
nos veda imaginar como infinita
um homem se sentou e premedita
traçar com rigorosa pincelada
na branca parede o mundo inteiro:
portas, balanças, tártaros, jacintos,
anjos, bibliotecas, labirintos,
âncoras, Uxmal, o infinito, o zero.
Povoa de formas a parede. A sorte,
que de curiosos dons não é avara,
lhe permite dar fim à sua porfia.
No preciso instante da morte
descobre que esta vasta algaravia
de linhas é a imagem de sua cara.
Em ‘Os Conjurados’, de Jorge Luis Borges,1985.
Cada célula, cada átomo, cada fibra, cada gole da mesma e antiga água, cada respiração em que o fora e o dentro se misturam, cada partícula deglutida, cada enzima, cada feixe elétrico a animar o músculo cansado, cada ínfimo ser que habita o sangue, o ventre, a boca, cada pedaço de alimento mastigado, cada passo e cada vereda, cada pausa e cada música dançada, cada noite repousada numa fronha gasta, cada sonho, cada palavra proferida em vão, cada letra iluminada sobre a porosa pele vegetal, cada toque cálido, cada lábio úmido, cada face estranha e também amiga, cada medo, cada flor perdida entre as páginas de um livro, cada grito, cada móvel, cada camisa e cada meia, cada cão que dorme aos pés do dono, cada gozo, cada dia quando jovem, cada lembrança, cada ganho e cada perda, cada prece, cada figura aberta no polido cobre, cada rodopio e cada pátio iluminado pela lua baça (e cada clichê como ‘um pátio iluminado pela lua baça’), cada gesto ridículo, cada pedra e cada concha esquecidas no fundo de uma gaveta, cada imagem da memória, cada suspiro e a Morte, cada vez em que julgaste ser outro, quando estavas a ser tudo aquilo do qual participas, sendo.
Ernesto Bonato
Fevereiro 2025
Artistas participantes: Marcio Périgo, Mario Fiore, Ulysses Bôscolo de Paula, Maria Villares e Ernesto Bonato
Foto: Matheus Parizi
LOCAL
Espaço Nexus
São Paulo – SP
correspondência 2
9 de novembro a 21 de dezembro de 2024
correspondência 2 faz parte de correspondências
Ciclo de três exposições coletivas que ocorrerão de agosto de 2024 a fevereiro de 2025, com os artistas convidados Ernesto Bonato, Feres Khouri, Margot Delgado, Kika Levy, Arnaldo Battaglini, Salete Mulin, Marcio Périgo, Mario Fiore, Ulysses Bôscolo de Paula em diálogo com a obra da artista Maria Villares.
Artistas participantes: Salete Mulin, Arnaldo Battaglini, Maria Villares, Ernesto Bonato e Kika Levy
Foto: Alexandre Preuss
LOCAL
Espaço Nexus
São Paulo – SP
correspondência 1
17 de agosto a 26 de outubro de 2024
correspondência 1 faz parte de correspondências
Ciclo de três exposições coletivas que ocorrerão de agosto de 2024 a fevereiro de 2025, com os artistas convidados Ernesto Bonato, Feres Khouri, Margot Delgado, Kika Levy, Arnaldo Battaglini, Salete Mulin, Marcio Périgo, Mario Fiore, Ulysses Bôscolo de Paula em diálogo com a obra da artista Maria Villares.
Artistas participantes: Margot Delgado, Ernesto Bonato, Feres Khoury e Maria Villares
Foto: Matheus Parizi
LOCAL
Espaço Nexus
São Paulo – SP
Esplendor
13 de julho a 10 de agosto de 2024
Coletiva com 14 artistas entre 20 e 80 anos
LOCAL
Casa do Jasmin Arte
Rua José Maria Lisboa, 1145
São Paulo – SP
Maria Villares
Flor e pedra
Individual de pinturas com curadoria de Fernando Stickel.
Obras de 1995 a 2023.
LOCAL
Espaço Fundação Stickel
Rua Nova Cidade, 195
São Paulo SP
Maria Villares
Tecendo o tempo
13 de novembro 2019 a 31 de janeiro 2020
Maria Villares abre a exposição individual “tecendo o tempo” em 13 de novembro, quarta-feira, às 18h, no espaço expositivo da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM) da USP. A artista apresenta cerca de 40 obras em dimensões, suportes e técnicas variadas que compõem a série “Nexus” iniciada em 2001, embora hoje a palavra ganhe uma dimensão que compreende o modo como a artista produz e se relaciona com a própria obra e consequentemente com o tempo (embasamento de suas criações). Maria nomeou esta grande série de “Nexus” por significar no latim nó, trama ou envolvimento como rede, que remetem ao que está presente em seu trabalho.
São tramas tecidas em nylon e polipropileno, aquarelas, objetos, desenhos e colagens em técnica mista que utilizam materiais diversos como chumbo, aço, pvc, ráfia, papel de arroz e impressões de papel carbono sobre poliéster dispostos em agrupamentos homólogos às várias fases da vida da artista, que se intercambiam sem costuras e perpassam o passado no presente.
Maria trabalha com a estratégia comum para muitos artistas desde a década de 1960, de seriação ou do desenvolvimento de ideias ou temas titulados, portanto “Nexus” ao mesmo tempo que dá nome a série de 2001 a partir da observação da artista a teias de aranha molhadas de orvalho na contraluz da manhã, da localização do universal no particular, ou aos casulos tecidos com linhas de nylon, representa também a síntese das muitas séries passadas, e de incessantes buscas no ambiente da arte, lançando ao espaço literalmente a duração do tempo imaginado ou ainda a construção de metáforas sobre as suas memórias. “É a partir deste tempo que as matérias tecem os espaços, grandes ou pequenos, não importa, adequados ao processo de consecução artística”, completa Luiz Armando Bagolin.
A curadoria de Bagolin enfatiza o elo de ligação dos conjuntos e subconjuntos presentes na obra da artista e na dissolução da percepção do espaço condicionada ao tempo físico.
Ficha Técnica
Curadoria: Luiz Armando Bagolin e Fabricio Reiner
Gestão de acervo, produção e montagem: Andrea Angulo
Projeto de Iluminação: Fernanda Carvalho
Assistência de iluminação: Luana Alves
Catálogo Projeto Gráfico: Stella Villares
Fotografias: Milton Galvani
Revisão: Lilian Correa
Impressão: Pancrom
LOCAL
Biblioteca Brasiliana Mindlin Rua da Biblioteca, s/n
Cidade Universitária – São Paulo/SP
Cenário Provisório
Arte Rupestre na Caatinga
09 de agosto 2018 a 31 de março 2019
CENÁRIO PROVISÓRIO
Exposição de pinturas de Maria Villares
Curadoria de Ana Angélica Albano
ARTE RUPESTRE NA CAATINGA
Palestra de Dalton Sala
Fotografias de Tiago Sala
Apresentação de Maria Alice Milliet
LOCAL
Espaço Nexus – São Paulo/SP
Paper MADE
09 a 13 de agosto 2017
LOCAL
Pavilhão da Bienal, Ibirapuera, São Paulo/SP
Tão perto, tão distante
11 de fevereiro a 18 de março 2017
GRAVURAS
KIKA LEVY
MARIA VILLARES
MARGOT DELGADO
MARISA FAVA C. ALVES
CRIS ROCHA
LOCAL
CASA CONTEMPORÂNEA
www.casacontemporânea.com.br